Friday 20 February 2009


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solidão


Um mar rodeia o mundo de quem está só. É

o mar sem ondas do fim do mundo. A sua água

é negra; o seu horizonte não existe. Desenho

os contornos desse mar com um lápis de

névoa. Apago, sobre a sua superfície, todos

os pássaros. Vejo-os abrigarem-se da borracha

nas grutas do litoral: as aves assustadas da

solidão. «É um mundo impenetrável» diz

quem está só. Senta-se na margem, olhando

o seu caso. Nada mais existe para além dele, até

esse branco amanhecer que o obriga a lembrar-se

que está vivo. Então, espera que a maré suba,

nesse mar sem marés, para tomar uma decisão.



Nuno Júdice

in poesia



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1 comment:

Teresa Calcao said...

Que o Mar te traga de volta.....Gostava de sentir a tua presenca no meu "Gostar de Viver"!!!!
Beijinhos

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