Thursday 1 March 2007

Nasadiya, Hino da Criação




  1. Outrora não havia existência nem não existência; não havia a dimensão do espaço nem o céu que está para além. O que despertou? Em protecção de quem? Haveria água, profundamente sem fundo?

  2. Não havia morte nem imortalidade. Não havia traço distintivo da noite ou do dia. Aquele respirou, sem ar, por seu próprio impulso. Para além disso não havia nada além.

  3. A escuridão era escondida pela escuridão no início; sem qualquer traço distintivo, tudo isto era água. A força vital que foi coberta pelo vazio, essa ergueu-se pelo poder do calor.

  4. O desejo desceu sobre aquela no início; foi a primeira semente da mente. Poetas procurando no seu coração com sabedoria encontraram a reclusão da existência na não-existência .

  5. O seu fio foi espalhado em volta. Haveria abaixo? Haveria acima? Haveria semeadores; havia forças. Havia o impulso por baixo, havia o dar acima.

  6. Quem o sabe realmente? Quem o vai proclamar? De onde foi produzido? De onde vem esta criação? Os deuses vieram depois, com a criação do Universo. Quem sabe então de onde se ergueu?

  7. De onde se ergueu esta criação talvez se tenha formado a si mesma, ou talvez não aquele que olha para baixo, no mais alto céu, só ele o sabe – ou talvez não.

Tradução de Manuel João Magalhães

Índia – Rig veda ( c. 1200 a.C.)

2 comments:

Jorge Moreira said...

Pérolas Antigas...
Muito belas e profundas!

Grande Abraço,

oceanus said...

Jorge!

É verdade são pérolas...
Volta sempre...é um prazer receber-te.

um abraço do fundo do Oceanus

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