Sunday, 15 November 2009

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O belo espírito dos ares sopra no búzio,
avermelhado e esguio, distribui com a mão
o som que vai e vem
e voa, tão diferente dos pássaros das margens.

O meu amigo, o espírito dos ares, gosta de dormir ali
nos salgueiros, e já com ele aprendi isto e
aquilo, só não aprendo com ele
a repousar assim tão leve, encostado apenas à orla

da noite e afinal sempre na luz,
para logo acordar com olhos grandes de criança.
Como hei-de ser igual ao meu amigo -
só com o amor, sem dormir, à chuva?




Johannes Bobrowski, Como um Respirar,
tradução de João Barrento, Edições Cotovia, 1990







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1 comment:

Unknown said...

A igualdade ou imparidade tem o mesmo peso:Amor.
Gostei.Muito. Mesmo.

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